BEIJINHA DO ACORDEON

BEIJAMIN DE ARAÚJO NETO (BEIJINHA DO ACORDEON) - nascido a 29 de agosto de 1927 em Vazante Grande (COMVAP) município de União-PI; filho de José Maria Rios e Francisca Rios de Araújo, ambos lavradores.
Ganhou sua primeira sanfona de botão, aos oito anos de idade, quando começou a tocar.
Aos dezoito anos de idade, começou a tocar a sanfona de teclas. Em 1951, casou com Maria da Conceição Pereira tiveram cinco filhos.
Em 1956, teve o primeiro encontro com o Gonzagão na praça Rio Branco, quando ele veio a Teresina fazer um comercial do São João da Barra.
Em 1975, teve outro encontro com Luiz Gonzaga nas Classes Produtoras, onde sempre tocava fazendo à abertura dos shows do rei Gonzagão.
Vale ressaltar que, o Beijinha quando começou a tocar profissionalmente, formou o conjunto “OS BEIJAS”: BEIJINHA DO ACORDEON, ZECA BEIJA E BENEDITO BEIJA (todos irmãos); Esse grupo foi um dos melhores do nosso estado. Tocou muito no Pauí, Maranhão e até no Ceará. Em 2004, “aceitou Jesus como seu Salvador”, onde passou a ser evangélico. Mesmo assim, agora gravou seu primeiro CD, mostrando sua arte que foi um dom de Deus, pois o mesmo é deficiente visual e aprendeu a tocar sozinho.

MESTRE OSÉAS (1926-2006)

José Nonato da Silva nasceu em 1926 no Corredor do Piquí, município de Teresina – PI. Conhecido como mestre Oséas, casado com dona Emília Pereira de Araújo, tocador de rabeca e cultuador de várias manifestações folclóricas do Piauí: Divino Espírito Santo, Reisado, Pisa na Fulô e Baião Sapateado, mestre Oséas nunca teve nenhum tipo de apoio para realizar seu trabalho porque hoje só se dá apoio a entidades e o senhor Oséas era uma pessoa sem estudo e não era ligado a nenhuma entidade. Agora o mestre morreu e o Piauí perdeu um grande nome de sua cultura popular.
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ZUCA DA PÉ DE BODE

JOSÉ MOREIRA DA SILVA (mestre Zuca da Pé-de-bode) nasceu a 26 de Maio de 1924, em Curimatá-PI. Nunca estudou, mas aprendeu a arte de ferreiro e tocador de sanfona Pé-de-bode, inclusive fabrica este tipo de sanfona. Mestre Zuca é um músico autodidata e o instrumento que ele toca está em extinção em nosso país, pois é muito difícil de ser tocada; cada botão tem duas notas musicais, quando abre o fole é uma nota e quando fecha é outra, podendo ser um tom ou um semitom. E não tenho conhecimento de método para sanfona Pé-de-bode. Muita gente pensa que aquela sanfona do Renato Borguete é Pé-de-bode, mas ela é diferente, pois a parte dos baixos é sanfonado, ou seja, igual o da sanfona de palheta. Daí a dificuldade de tocar a Pé-de-bode.
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RODA DE SÃO BENEDITO



Roda de São Benedito

Tradição de caráter religioso que acontece depois das rezas e do leilão. A roda é organizada com coreografias simples constituídas por volteios e ritmo bem marcado. Não é tão difundida como a roda de SÃO GONÇALO, mas a ela está relacionada, pois, sempre que se faz a RODA DE SÃO GONÇALO, faz-se também uma de SÃO BENEDITO.
Na RODA DE SÃO BENEDITO são formadas,duas fileiras em frente ao altar, uma de homens e a outra de mulheres, que fazem evoluções com coreografias pré-determinadas ou improvisadas. A RODA DE SÃO BENEDITO' não tem nada em comum com os festejos do santo, que acontecem no dia 06 de outubro. Tanto a roda de SÃO BENEDITO como a de SÃO GONÇALO são uma forma de agradecer aos santos por uma promessa válida. SÃO BENEDITO é dito como o padroeiro dos pretos.
SÃO GONÇALO, é padroeiro de Amarante, Regeneração e Batalha. É festejado no dia 01 de janeiro com a dança do pagode e com as RODAS DE SÃO GONÇALO, principalmente. A RODA DE SÃO GONÇALO, mesmo estando em extinção em algumas localidades, é dançada em várias regiões do Piauí, em especial no interior. SÃO GONÇALO é um Santo Violeiro, de caráter litúrgico-religioso, e é da ordem dos frades beneditinos. Por ser um dos mais populares no interior do Estado, é muito querido pelas moças solteiras que estão à procura de um marido. Dizem que este santo era muito cuidadoso em promover casamentos, daí a fervorosa devoção das solteiras com o santo milagroso.

Formação da roda

Primeiro é feito o leilão, com jóias doadas pela comunidade, e só depois se' faz duas fileiras, uma de homens e a outra de mulheres, se posiciona em frente ao altar, movimentando-se ora em forma de círculo, ora em forma de cruzeiro e, sempre reverenciando e beijando o santo. Esta manifestação é feita quando uma promessa pedida por um devoto ou não do santo é válida e este oferece jornadas ao santo, que variam de doze a quinze. O devoto assiste a todas as jornadas sentado com o santo sobre a cabeça ou, às vezes, dança todas as jornadas sem descanso.
O aro do altar é todo enfeitado com frutas, bolos, flores, ramos e velas, além do santo. Quando termina todo ritual, pessoas que assistiam ou mesmo que dançaram, ajudam a retirar todos os enfeites do altar, oferecendo-os a um outro leilão, aproveitando assim para fazer um pedido ao santo. Geralmente o dono(a) arremata os bolos e oferece a todos com café, chá e suco.
PISA NA FULÔ


Também conhecido como LILI, BILA, BALANDÊ ou DANDIÊ, é uma brincadeira que era praticada na Semana Santa. Pela tradição de não dormir cedo nos chamados dias grandes, nesse período, as pessoas ficavam nos terreiros até tarde da noite brincando o LILI. Ainda hoje, em algumas regiões do Piauí, essa tradição é mantida. Podemos dizer que O PISA NA FULÔ tem sua origem relacionada à própria Semana Santa.

QUEM BRINCA O PISA NA FULÔ

Qualquer pessoa pode brincar O PISA NA FULÔ. É parecido com brincadeira de roda, suas evoluções são simples e os brincantes todos podem cantar, mas não pode deixar de haver o puxador das toadas. O PISA NA FULÔ, às vezes, parece com a nossa quadrilha, pois todos que participam têm seu par. Podem dançar soltos ou agarrados, mas sempre dando voltas no terreiro. Geralmente, o puxador puxa a toada e os brincantes respondem em outros versos. Eis um exemplo:

Puxador: - Eu vou me embora, eu vou me embora
Brincantes: - Cajueiro abalou
Puxador: - Como já disse que vou
Brincantes: - Cajueiro abalou


Obs: não há o uso de instrumentos musicais para acompanhar o PISA NA FULÔ.



BAIÃO SAPATEADO


O Baião Sapateado é também chamado de Baião Papagaio, Parana e Pagode, figurando como uma das tradições mais belas do Nordeste brasileiro. No interior do Piauí e Maranhão, esta manifestação folclórica foi bastante praticada pelos negros nos terreiros das fazendas, daí a pressuposição de sua origem africana.
O Baião Sapateado não é somente uma dança, mas também um gênero musical, com melodia de uma só parte, marcada a dois tempos, em andamento moderado e de poucos compassos (que vão se repetindo indefinidamente). A dança tem acompanhamento de violas, de rabecas, de surdos e sanfonas (principalmente) e o ritmo é sempre o mesmo do começo ao fim. No baião, os cantores também improvisam versos, cantando-os em duas vozes, dando assim mais harmonia à música.

O BAIÃO VAI COMEÇAR

Por um motivo qualquer - ou mesmo sem motivo nenhum - no terreiro de uma fazenda ou de uma casa humilde de caboclo, de chão bem batido, armava-se uma latada coberta de palha de babaçu e vários paus sobre forquilhas servindo de banco para os espectadores.
O candeeiro era pendurado' na forquilha de um canto qualquer, aproveitando-se assim para afinar e repenicar os instrumentos. Os dançadores, homens e mulheres, faziam duas fileiras ficando de frente um para o outro. Há regiões em que os homens usavam castanholas ou castanholas de madeira nas duas mãos. Estes escolhiam seu par dando batidas com as castanholas ou comas mãos, apontando a dama escolhida.
A dança: do Baião pode ser executada por qualquer número par de pessoas. Ressalte-se o fato de que as mulheres não usavam castanholas, acompanhavam a dança apenas com palmas.

COREOGRAFIA

Ao som de uma música de melodia simples, mas bem tocante no sentimento do caboclo nordestino, os dançadores começavam a sapatear batendo as castanholas ou as palmas, de·acordo com o ritmo do tambor, fazendo assim a exibição de sua dança para a dama escolhida. As mulheres sapateiam mais leves, movimentando os braços e quadris de maneira uniforme, ora para um lado, ora para o outro, sendo que também se exibem para o seu par.
Num certo momento da música, cavalheiros e damas param de sapatear, fazendo assim um outro movimento, arrastam os pés sem-"sair" do ritmo, ainda no andamento da mesma música. Repetem o mesmo vai-e-vem das fileiras feito no início do sapateado. E só depois as fileiras mudam de posição sem perder o gingado da dança.
Para finalizar, homens com homens e mulheres com mulheres giram em torno uns dos outros num sapateado estrepitoso e alucinante, ora levantando as mãos e olhando para os movimentos dos pés, ora olhando fixamente para o parceiro(a), .como quem parece combinar a uniformidade dos gestos, até que os homens saem rapidamente do terreiro saltando para o lado, deixando as mulheres em "campo", ou estas lhes dão as costas, como quem não quer mais dançar, indo sentar-se ou encostar-se numa forquilha da latada, terminado assim a dança.

FIGURINOS DOS DANÇARINOS

As mulheres usavam vestidos ou saias bem rodadas, compridas e de cores bem vivas ("enfuloradas"), ou usavam blusas, com mangas acima do antebraço, também de cores vivas, não esquecendo as sandálias de couro. Geralmente usavam "cocós" amarrados com tiras, feitas do mesmo pano de suas roupas.

Os homens usavam calças de cáqui (cinza), camisas (xadrez e de cor vermelha), chapéus e sandálias de couro e um facão bem longo na cintura, coma bainha bem polida, assim a sola "brilhava" 'quando "batia" a luz do candeeiro, e quando o dançarino rodava balançava que era uma beleza.

NOTA: Colhi estas informações com a saudosa Dona Sinêga, com o mestre Ozé (tocador de rabeca e cantador de BAIÃO),com meu pai Ângelo de Abreu (tocador de sanfona) e outras no livro do folclorista Pedro Silva. .




GRUPO DANDIE

Criado em abril de 2003, o "Dandiê Dança", é formado por crianças dos bairros: Água Mineral, Risoleta Neves, Real Copagre e outros vizinhos. Tendo como principal objetivo mostrar através da dança, a cultura e os costumes de nossos antepassados, valorizando e enriquecendo assim, o folclore piauiense.
O grupo surgiu através de um trabalho de pesquisas feitas em Cruzes, Curralinhos e circunvizinhanças pelo seu fundador, o músico AGENOR ABREU, também responsável pela Banda de Pífanos de Teresina. Estas pesquisas baseiam-se no resgate de músicas e suas respectivas coreografias na sua forma original, guardadas apenas na memória dos idosos e passadas de pai para filhos.
Acompanhados do grupo “Forró de Candeeiro," que apresenta o verdadeiro “forró pé-de-serra", o grupo Dandiê, realiza apresentações que mesclam a alegria e desenvoltura dos dançarinos, as danças típicas e o sentimento de saudosismo, trazidos pelos ritmos que relembram as nossas raízes.
O Baião Sapateado, o Pisa na Fulô, o Reisado, a dança de São Benedito e a do Pilão, são danças e manifestações que fazem parte do resgate e repertório do grupo.
Em julho de 2005, com apoio da FUNDAC, representamos com simplicidade e orgulho, nosso Estado em Brasília, na Festa dos Estados, onde reuniram-se diversas culturas e tradições, de diversos estados.
E também, em 19 de outubro de 2006, o professor Agenor Abreu foi homenagiado com a medalha da Ordem Estadual do Mérito Renascença do Piauí, pelo governador do Estado o senhor Wellington Dias.

candeeiro no folclore

PROJETO CANDEEIRO NO FOLCLORE


HISTÓRICO

Este trabalho é resultado de anos de convivência com culturas populares da região de Cruzes e circunvizinhanças, pertencentes aos municípios de Teresina-PI e Curralinhos-PI. Nasci em Altamira, também naquela região e vim para Teresina aos quatorze (14) anos de idade para estudar. Hoje sou formado em Artes com habilitação em Música pela Universidade Federal do Piauí. Mas nunca esqueci minhas raízes, sempre visitando minha terra natal e participando de suas festas populares e folclóricas. Como aquelas manifestações eram praticadas principalmente por pessoas idosas, estavam desaparecendo com a morte dos mesmos. Daí, me preocupei com a extinção dos saberes daquela gente, em 1987 comecei uma pesquisa documentando e gravando as músicas cantadas por vários mestres da nossa cultura popular, por exemplo; Mestre Ozé, Zé Lázaro ,Diolino , Louro Preto, Dona Sinêga, Zefinha do Louro, Chico Anório e muitos outros (todos falecidos). Em 1995, criei o grupo FORRÓ DE CANDEERO que passou a tocar as músicas pesquisadas. Fizemos muitos shows em Teresina e em outras localidades com bastante aceitação. Comecei a procurar patrocínios para gravar nosso CD, ninguém dava apoio. Mas no ano de 2006, as coisas começaram a mudar. Procurei o professor José Reis na Fundação Cultural Monsenhor Chaves, órgão da Prefeitura Municipal de Teresina que patrocinou nosso CD. Tivemos uma boa aceitação em todas as classes sociais e a imprensa deu bastante espaços para a divulgação do nosso CD. No ano de 2003, já tínhamos criado um grupo de dança para mostrar as coreografias das músicas pesquisadas e com a participação deste grupo, o show ficou bem melhor. Então o Projeto CANDEEIRO NO FOLCLORE é um trabalho cultural desenvolvido por dois grupos; FORRÓ DE CANDEERO (Pé-de-Serra que toca músicas populares e folclóricas) e DANDIÊ DANÇA (mostra as coreografias dessas músicas em suas originalidades). Agora em 2008 , gravamos o nosso primeiro DVD com os dois (02) grupos.
Com este trabalho pretendemos não só resgatar as manifestações folclóricas praticadas por nossos antepassados, mas também promover a inclusão social das crianças e jovens nele envolvido. Visto que, O PROJETO CANDEEIRO NO FOLCLORE prioriza pessoas de baixo poder aquisitivo, porém de altos sonhos positivos. Temos uma escolinha de música e uma banda de Pífanos. Esta banda é a única do Estado do Piauí e tocamos por música (por partitura musical). Esta banda é formada por crianças e adolescentes.


Teresina, Março de 2008

AGENOR VIEIRA DE ABREU
PROFESSOR / PESQUISADOR DE FOLCLORE E SANFONEIRO

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